Petrobras - Uma História de Orgulho e Vergonha
Livro da jornalista Roberta Paduan devassa a saga de corrupção vivida pela maior e
mais importante empresa do Brasil em diferentes governos
mais importante empresa do Brasil em diferentes governos
Um recorte da história política do Brasil a partir da história da maior e mais importante empresa do país, Petrobras - Uma História de Orgulho e Vergonha esmiuça a trajetória da companhia desde a redemocratização para nos contar a saga de corrupção da qual a estatal foi vítima em diferentes governos. A autora não só recupera como também traz novidades de escândalos ocorridos desde o governo de José Sarney até o de Dilma Rousseff. Histórias chocantes de bastidores apresentadas em um ritmo de thriller com personagens e ações cinematográficas ajudam o leitor a entender os mecanismos usados nos últimos quase 30 anos para atacar a empresa mais rica, a jóia da coroa entre as estatais brasileiras.
“A crise a que a Petrobras foi arrastada é tão profunda e escandalosa que deveria servir para que nós, brasileiros, fizéssemos uma reflexão igualmente profunda sobre o Brasil que temos hoje e o Brasil que queremos construir”, analisa Roberta Paduan. “Que papel o Estado brasileiro deve ter? Será que deveríamos encarar com a naturalidade que hoje encaramos a notícia de que um diretor de estatal foi indicado por um parlamentar ou por uma legenda partidária? Por que, afinal, um politico quer ter o ‘direito’ de nomear o dirigente de uma petroleira, de uma geradora de energia ou de uma companhia de saneamento?”, questiona a autora.
O mergulho na história da empresa revela a semelhança do modus operandi do governo Collor e dos governos Lula e Dilma no aparelhamento da companhia. O estratagema criado no início dos 1990 envolvia a coptação de funcionários de carreira da estatal para facilitar negociatas de empresas “amigas do governo” com a petroleira. O mecanismo serviu como uma espécie de projeto-piloto para o esquema de corrupção instalado pelo governo Lula. Ironicamente, Lula e Collor, antigos inimigos, tornaram-se aliados nos governos petistas e no assalto à Petrobras.
O período FHC também ganha o olhar apurado de Roberta Paduan, que relata operações prejudiciais à estatal, como a contratação controversa de diversas plataformas da empresa Marítima, do empresário German Effromovich. Sem experiência no setor de construção naval, nem porte financeiro para assumir encomendas nos volumes feitos pela Petrobras, a Marítima foi responsável pela construção da Plataforma P-36, que explodiria e afundaria em 2001, na Bacia de Campos. Foi também durante o governo Fernando Henrique Cardoso que a Petrobras foi levada a entrar na área de geração de eletricidade, na tentativa de evitar o racionamento de energia. O racionamento acabou acontecendo e a Petrobras ficou com um prejuízo bilionário. Os acordos espúrios, envolvendo pagamentos de propina relativos à construção de usinas termelétricas só seriam esclarecidos mais de uma década depois, durante as investigações da Lava Jato.
Algumas das maiores figuras políticas do período ganham holofote nas páginas de Petrobras, uma História de Orgulho e Vergonha. Ao lado dos políticos, os diretores de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, de Serviços, Renato Duque, e Internacional, Nestor Cerveró, ocupam espaço como pivôs que possibilitaram as operações irregulares. Mas Roberta também destaca importantes personagens de resistência ao uso político da Petrobras, como os executivos João Carlos de Luca, Gézio Rangel ou Rafael Schettini Frazão em uma narrativa emocionante de profissionalismo, honestidade e até obstinação em um cenário tão hostil às praticas de governança.
O retrato devastador da Petrobras, um dos maiores símbolos do país, levanta acima de tudo um debate fundamental sobre o uso desse valioso recurso natural que é o petróleo.
“A sociedade brasileira precisa ter a ciência de que é dona de todo o petróleo que reside no subsolo brasileiro, embora não seja dona de toda a Petrobras, que pertence a outros acionistas, além da União”, conclui Roberta Paduan, promovendo o debate.
· De que forma a sociedade quer aproveitar a riqueza que o petróleo pode gerar?
· Em que velocidade queremos que essa riqueza seja gerada?
· Queremos que a Petrobras permaneça monopolista na exploração do pré-sal ou queremos que empresas do mundo todo operem nessa nova província petrolífera e paguem impostos e royalties sobre o produto extraído?
· Até quando o petróleo continuará sendo um ativo estratégico e valioso como é na atualidade?
Sobre a autora
Uma das maiores especialistas na cobertura jornalística do setor de óleo e gás, Roberta Paduan foi chefe da sucursal do Rio de Janeiro da revista Exame por quatro dos 14 anos em que atuou na maior revista de Economia e Negócios do país. Ainda na Exame, Roberta foi vencedora de vários prêmios, entre eles o Prêmio Abril de Jornalismo, com a matéria “Como o governo está destruindo a maior empresa do Brasil”, publicada em 2013, antes, portanto, da deflagração da Lava Jato. Com passagem ainda na Revista Veja e no Guia do Estudante, a jornalista assinou algumas da mais importantes coberturas de Economia e Negócios, Infraestrutura, Gestão Pública e Tecnologia da Informação. Roberta Paduan nasceu em São Paulo e vive no Rio de Janeiro desde 2010. Petrobras - Uma História de Orgulho e Vergonha é seu primeiro livro.
Fonte: Dix Conteúdo e Relacionamento