Salão do Livro de Guarulhos começa na sexta com a participação de escritores consagrados
Nomes importantes como Ariano Suassuna, Carlos Heitor Cony, Milton Hatoum e Moacyr Scliar já confirmaram presença; expectativa é reunir 200 mil pessoas no evento, que tem entrada gratuita
A partir desta sexta-feira (7), começa em Guarulhos (Grande São Paulo) o Salão do Livro. A abertura do evento está programada para às 19h30, no Parque da Transguarulhense (Continental). Todas as atividades, que seguem até o dia 16, entre 10h e 22h, são gratuitas.
A Orquestra Jovem de Guarulhos faz o show de abertura oficial nesta sexta, às 19h30. Mas as atividades começam mais cedo, às 10h30, com apresentação da Orquestra Pimentinhas, sob regência do maestro Vanderlei Banci. Às 15h a diversão fica por conta do espetáculo Chang Cia de Circo.
A tarde, a programação segue com um bate-papo com Max B.O, no Espaço Cultural, às 16h, sobre o Movimento Hip-Hop. Na sequência, às 18h, Afonso Romano de Sant’anna participa do Café Literário, com apresentação de Frederico Barbosa.
Em sua primeira edição, o Salão do Livro de Guarulhos, realizado em parceria com a Associação Nacional de Livrarias (ANL), contará com a participação de figuras importantes da literatura nacional, como Ariano Suassuna, Carlos Heitor Cony, Milton Hatoum, Ignácio de Loyola Brandão e Moacyr Scliar. Eles participarão de cafés literários abertos ao público, a partir das 19h30, em que serão discutidos temas relativos às próprias obras, à literatura em geral, letras, jornalismo, educação e cultura.
Mais de 200 mil pessoas devem passar pelo salão durante os dez dias do evento. Mais informações e a programação completa podem ser acessadas pelo site www.guarulhos.sp.gov.br/salaodolivro
Café Literário
Escritores, críticos e estudiosos vão apresentar diferentes pontos de vista sobre literatura e outros assuntos culturais. Confira a lista dos participantes:
CARLOS HEITOR CONY
Jornalista e escritor, estreou na literatura ganhando, por duas vezes consecutivas, o Prêmio Manuel Antônio de Almeida (em 1957 e 1958). Depois de várias prisões políticas durante a ditadura militar e de um período no exterior, entrou para o grupo Manchete. Atualmente, é colunista diário da Folha de S. Paulo. Suas colunas são reproduzidas em diversos jornais do país. Mantém um comentário diário na Rádio CBN, no programa Liberdade de Expressão e na Band News. Em março de 2000, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras.
MILTON HATOUM
É um escritor, tradutor e professor brasileiro, considerado um dos grandes escritores vivos do Brasil. Ensinou literatura na Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e na Universidade da Califórnia (EUA). Costuma falar em suas obras de lares desestruturados com uma leve tendência política. Em suas duas últimas obras, Dois Irmãos e Cinzas do Norte, Milton Hatoum fez uma sutil crítica ao regime militar brasileiro.
ARIANO SUASSUNA
Dramaturgo, romancista e poeta brasileiro. Ariano Suassuna é autor dos célebres Auto da Compadecida e A Pedra do Reino; é um defensor militante da cultura do Nordeste.
MOACYR SCLIAR
É autor de 74 livros em vários gêneros: romance, conto, ensaio, crônica, ficção infanto-juvenil. Suas obras foram publicadas nos Estados Unidos, França, Alemanha, Espanha, Portugal, Inglaterra, Itália, Rússia, Tchecoslováquia, Suécia, Noruega, Polônia, Bulgária, Japão, Argentina, Colômbia, Venezuela, Uruguai, Canadá e outros países, com grande repercussão crítica. É colunista dos jornais Zero Hora (Porto Alegre), Folha de São Paulo e Correio Brasiliense; colabora com vários órgãos da imprensa no país e no exterior. Tem textos adaptados para o cinema, teatro, tevê e rádio, inclusive no exterior. Ocupa a cadeira 31 da Academia Brasileira de Letras.
FABRÍCIO CARPINEJAR
Poeta, cronista, jornalista e professor, autor de quatorze livros, oito de poesia. Atua como professor da Unisinos, no curso de Formação de Produtores e Músicos de Rock. Mantém oficinas de crônica e de poesia no Studio Clio. Desde outubro de 2005, escreve o Consultório Poético. É colunista da revista mensal Crescer, de São Paulo, e colaborador de jornais como Zero Hora e O Estado de São Paulo e de revistas como Caras, Cláudia e Cultura. Autor de O amor esquece de começar e Cinco Marias.
HELOÍSA PRIETO
Mestra em comunicação e doutoranda em Teoria Literária, é tradutora e autora de diversas obras de literatura infanto-juvenil. Atualmente, além de escrever e pesquisar literatura coordena coleções e antologias como uma tentativa de compor livros que apresentem sensibilidades diferentes.
AFFONSO ROMANO DE SANT’ANNA
Poeta, cronista, professor, administrador cultural e jornalista. Tem mais de 40 livros publicados. Desde os anos 60 teve participação ativa nos movimentos que transformaram a poesia brasileira, interagindo com os grupos de vanguarda e construindo sua própria linguagem e trajetória. Seus textos foram convertidos em teatro, balé e música.
IGNÁCIO DE LOYOLA BRANDÃO
É um contista, romancista e jornalista brasileiro. Sua carreira começou em 1965 com o lançamento de Depois do Sol, livro de contos no qual o autor já se mostrava um observador curioso da vida na cidade grande, bem como de seus personagens. Dono de um "realismo feroz", segundo Antonio Candido, seu romance Zero foi publicado inicialmente em tradução italiana. Quando saiu no Brasil, em 1975, foi proibido pela censura, que só o liberou em 1979.
Em 2008, o romance O Menino que Vendia Palavras, publicado pela editora Objetiva, ganhou o Prêmio Jabuti de melhor livro de ficção do ano.
RAIMUNDO CARRERO
Como jornalista, trabalhou no rádio, televisão e jornal Diário de Pernambuco durante 25 anos, tendo exercido vários cargos, como os de crítico literário e editor nacional. Em 2004, foi eleito para a cadeira 3 da Academia Pernambucana de Letras. Seu livro Somos pedras que se consomem foi incluído entre os dez melhores livros de 1995, escolhidos pelo jornal O Globo (RJ), e entre as dez melhores obras de ficção de 1995, selecionadas pelo Jornal do Brasil (RJ).
MENALTON BRAFF
Professor, contista e romancista. Entre suas mais recentes publicações estão a coletânea de contos A coleira no pescoço (finalista do prêmio Jabuti/2007) e o romance A muralha de Adriano, também finalista do Jabuti, em 2008. Este último foi ainda um dos cinco finalistas do Primeiro Prêmio São Paulo de Literatura e Menção Honrosa do Prêmio Casa de las Américas (La Habana). Seu último livro publicado, Moça com chapéu de palha , foi editado em dezembro de 2009.
MARIA ADELAIDE AMARAL
Jornalista, escritora e dramaturga. Iniciou o curso de Ciências Sociais da USP, sem concluí-lo, formando-se em Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero . Em 1975, em meio a uma grave crise no setor editorial, Maria Adelaide sentiu a necessidade de escrever sobre o que via: uma demissão em massa e as reações humanas, das mais diversificadas, frente ao fato inevitável. Assim, surgiu seu primeiro texto dramatúrgico, A Resistência. O primeiro texto a ser encenado, no entanto, seria Bodas de Papel, escrito em 1976 e montado em 1978 em São Paulo.