Morre aos 66 anos um dos grandes nomes da literatura infantojuvenil brasileira
O escritor Bartolomeu Campos de Queirós, nascido em Papagaios, MG, faleceu na madrugada desta segunda-feira, 16, no Hospital Felício Rocho, em Belo Horizonte, vítima de insuficiência renal. Ele sofria de problemas nos rins e fazia hemodiálise regularmente.
Bartô, como era conhecido entre amigos e escritores, era formado em educação e arte. Publicou seu primeiro livro, O peixe e o pássaro, em 1974, e não parou mais: escreveu mais de 40 títulos, alguns deles traduzidos para outras línguas. Sua prosa poética consolidou-se como um estilo forte.
Recebeu importantes prêmios dentro e fora do país. Entre eles, o Jabuti (da Câmara Brasileira do Livro), o Selo de Ouro (da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, FNLIJ), o diploma de honra do International Board on Books for Young People (IBBY, Londres), o prêmio francês Quatrième Octogonal e o Prêmio Rosa Blanca (Cuba).
Em 2008 – ano em que o escritor venceu o IV Prêmio Ibero-Americano SM de Literatura Infantil e Juvenil – publicou Nascemos Livres – A Declaração Universal dos Direitos Humanos em imagens (Edições SM), uma adaptação do documento humanitário para o público jovem.
No ano seguinte veio Tempo de voo, lançado simultaneamente no Brasil, na Espanha e no México também pela SM. Neste livro, Bartolomeu reflete sobre a passagem do tempo, a infância e o envelhecimento, a memória e os sonhos, a fantasia e a realidade, a vida e a morte. “O tempo não para. Passa ligeiro e ninguém consegue tocá-lo. Ele tem medo de não atender aos nossos pedidos, por isso não nos escuta”, escreveu.
A obra recebeu o Prêmio Glória Pondé (Biblioteca Nacional) e foi selecionada para o prestigioso catálogo White Ravens 2010, organizado pela Internationale Jugendbibliothek (IJB) para a Feira do Livro Infantojuvenil de Bolonha. Em 2011 foi homenageado na cerimônia de entrega do VII Prêmio Barco a Vapor.
Com “fôlego de gato”, como ele gostava de dizer, viajou por todo o Brasil para participar de discussões ligadas à promoção da literatura. Bartô engajou-se em diversos projetos de incentivo à leitura, como o ProLer e o da Biblioteca Nacional. Além disso, idealizou o Movimento por um Brasil Literário, presidiu a Fundação Clóvis Salgado e foi membro do Conselho Estadual de Cultura em Minas Gerais, tornando-se figura fundamental nos debates relativos à educação.
O grupo SM lamenta profundamente a perda de Bartô e agradece por sua inestimável contribuição para a literatura infantil e juvenil.
Fonte: Assessoria de Imprensa Pluricom